Faleceu uma das figuras mais carismáticas do movimento Punk Inglês, Poly Styrene, vocalista dos X-Ray Spex, detentora de uma voz inconfundivel, Poly e os seus X-Ray Spex foram autores de músicas marcantes, "Oh Bondage Up Yours!" (a música mais conhecida pelo público em geral), "Identity", "Germ Free Adolescents".
E como uma noticia triste nunca vem só, Zé Leonel, ex. vocalista dos Xutos Pontapés e vocalista dos Ex Votos, faleceu na semana passada.
O velho ditado "quem vê caras..." podia aplicar-se à banda dinamarquesa "Mabel". Banda cujo os seus membros ostentavam mullets de fazer inveja a muita gente, olhando para a capa do single de 1978, faziam temer que seria mais uma banda de soft-rock "pimba".
Se o tema título "Boom Boom" confirma as piores suspeitas, tema que representou a Dinamarca no fesival da Eurovisão de 1978.
Voltando o disco, o cenário já é outro, "FBI on the nail", é um cocktail de glam/rock'n'roll com powerpop, uma música que estaria mais bem enquadrada se tivesse sido gravada no período 1974-76.
1977, o ano da consolidação do movimento Punk, viu e ouviu um ep de uma banda escocesa, os Exile, uma das primeiras bandas Punk da escócia.
O fragmento em 45 velocidades continha 4 pedaços de Punk/pub-rock. Os Exile são mais uma prova do que o Pub-rock esteve intimamente ligado a explosão do Punk, uma das principais influências para as bandas que começavam a surgir em 1976 e 1977. Até porque muitas bandas conotadas com o Pub-rock renderam-se ao Punk, caso dos Kursaal Flyers.
Dos 4 temas, destaco a música "Fascist DJ", tema mais tarde incluido na colectanea "Nova Vaga", editada pela Warm Records.
Seguem-se mais uns ilustres desconhecidos, com o nome um tanto banal e sem uma ponta de criatividade, You, pior nome para uma banda acho dificil. Os You gravaram um ep em 1980, 4 faixas que baloiçavam entre o punk e o post-punk, pendiam mais para o baloiço do post. Um género de Wire de marca branca, mas há uma música que consegue prender o ouvido, "Wreckers Song", a malha mais Punk do ep.
Estava aqui a pensar numa introdução ao concerto dos Johnny Throttle, e acho que o melhor é começar com a conclusão, e dizer que o concerto da passada 6ªfeira foi um dos melhores concertos de Punk-rock que Lisboa pôde assistir nos últimos tempos. (nota: disse "PUNK-ROCK" não confundir com sucedaneos de origem "duvidosa" do punk)
Com algum atraso, as portas lá se abriram, a banda de abertura os Sick Strippers, conseguiu agitar algum do seu público, com um indie-rock bem tocado.
Mas notava-se já alguma impaciência por parte de certo sector do público, a audiência andava perto das 120 pessoas, para que começa-se a actuação dos aguardados Johnny Throttle.
E passados uns minutos de intervalo, chega a altura de ouvir-se Punk-rock a sério, JT liderados pelo carismático Afonso, sempre em interacção com a linha da frente do público. Foram cerca de 45 minutos de pogo selvagem ao som de 3 acordes, houve ainda lugar a um encore.
Agora concluindo, Lisboa carece de noites assim, com verdadeiras bandas de punk-rock.