O Rock Português encartuchado em 8 pistas.

Para muitos é um formato da idade da pedra, muito associado à musica móvel (leia-se auto-rádio), para outros é como se nunca tivesse existido. Falo do cartucho ou cassete de 8 pistas, artefacto que proliferou em mercados/feiras por todo esse Portugal. Com advento da cassete áudio o cartucho ficou-se por uma presença meramente residual.


Não é preciso ser doutorado em copyrights para topar logo à primeira que a larga maioria dos cartuchos que eram postos nas feiras e lojas eram de fabrico caseiro (vulgo bootleg).


O cartucho português era um género de enchido, onde cambiam os maiores hits da pista de dança, os erros ortográficos eram o que se pode dizer o verdadeiro carimbo da autoridade tributária-degda.


 Para ilustrar este texto foram exumados dois corpos inertes  em formato cartucho, um com a foto dos GNR a servir engodo, outro uma foto montagem com o titulo "Êxitos Rock", não passa de mais uma bela salada russa com bom rock tuga misturado com a new wave insossa dos Fischer Z ou dos The Fools.

"Um passo da Loucura" Documentário sobre o Punk-rock Português

Faltam poucos dias para a ante-estreia do documentário "Um passo da Loucura", documentário sobre o movimento Punk em Portugal durante o período de 1978-1982. Documentário foi realizado por Hugo Conim (musico ligado já há muito tempo ao Punk e ao Metal, The Sadists, Clockwork Boys entre muitas outras bandas) e por Miguel Newton (líder carismático dos Mata Ratos). As datas de projeção do filme são as seguintes: dia 2 de Dezembro Castelo Branco, dia 3 Coimbra, dia 4 Lisboa e dia 5 no Porto. Também está prevista a exibição do filme em Faro, em data a confirmar.

Novidades Powerpopianas

Estão agendadas para Setembro duas novas edições por parte da editora Still Unbeatable Records. A reter, os Liquid Breakfast, banda Holandesa onde figura o ex. vocalista dos Rotjoch, banda de proa do powerpop da terra das tulipas. Os Liquid Breakfast não fogem do paradigma powerpopiano, temas orelhudos e de fácil combustão, banda que não vai desiludir o pessoal que aprecia a "velha escola" do powerpop/punk.

No mesmo mês também vai ser editado o Lp dos Alemães Zoo Escape, "Apart from Love". Os Zoo Escape são oriundos de Munique, praticantes de um powerpop aliado ao velho estilo punk 77, temos a combinação perfeita para um fim de verão em cheio. O concerto de apresentação do álbum tem a participação especial do TV Smith, promete.

Links úteis: https://liquidbreakfast.bandcamp.com/

https://www.youtube.com/watch?v=odeCT_rvN2I  Zoo Escape
https://www.youtube.com/watch?v=PSQVuto0RJw Zoo Escape

http://www.still-unbeatable-records.de/index.htm

Memorabilia rara.

 Os Stranglers foram as "cobaias" da industria musical Portuguesa no que refere às edições "Punk" em Portugal, a banda mereceu a confiança do mercado, cabendo-lhes a façanha de serem os primeiros no que toca aos singles, com o "Grip", e aos  LP's, com o "Rattus Norvegicus", editados em solo Português. Um marco histórico foi a entrada logo na primeira semana no Top de discos da revista Tele-Semana em Dezembro de 1977 (não sei se com ou sem suborno, ahahah), fica a foto como prova. Neste mesmo post, também há lugar ao Pub-rock sob égide da revista inglesa "Current", edição de 1979. Curioso o glossário que publicam sobre os termos rockeiros, ficou a faltar o termo "Powerpop", não quero acreditar que o jornalista da "Current" considerasse o Powerpop como o parente pobre do universo musical Inglês em 1979, um lapso quero eu acreditar.

eventos culturais

Punks preparem-se que este fim de semana há dois eventos de grande monta.

La URSS ao vivo em Lisboa dia 19 de Março

A banda punk/hc andaluz. La URSS, vem pela primeira vez a Portugal para dar dois concertos, um em Lisboa dia 19 de Março (5ªfeira) e outro no Porto no dia a seguir. entrada 3 paus.

1 Minuto de Gloria, webzine, O alfinete

O último numero do Alfinete foi escrutinado ao milímetro pelo webzine espanhol, 1 Minuto de Gloria.

http://1minutodegloriazine.com/2015/02/06/fanzine-o-alfinete-7-invierno-2015/

"Quando um par de cuecas muda a vida de um jovem..."

Deixemos por agora de lado a situação inusitada do par de cuecas, sabemos que um dos calcanhares de aquiles da promoção editorial eram os press release (ou folhas informativas para os mais chauvinistas). Também sabemos que a maioria dos press release careciam de informação objectiva sobre os artistas/grupos, muitos versavam sobre nada, outros escalpelizavam a vida dos artistas em pormenores pouco interessantes, por conseguinte de música pouco se escrevia. Esta introdução serviu de preâmbulo para apresentação de uma das pérolas dos press release Portugueses, uma folha informativa recheada de informações relevantes sobre o artista Steve Voice. Tais como, este ter sido despedido por que foi apanhado a tocar viola com um par de cuecas de senhora na tola, antes disso já o press release informava que o Steve Voice tinha sido limpador de janelas na boutique do John Lord (não sei quem seja esta personagem). O resto não é preciso saber, era um jovem talentoso que produziu uns exitos, e que tudo apontava para um sucesso risonho, blah blah, a informação mais interessante que retiro deste documento, é que a sede da GIRA era na Pontinha.

concerto.

1977.... no Elvis, Beatles or Rolling Stones.

Recentemente foi exibido na BBC um filme/documentário sobre os The Clash, não é "mais" um documentário biografico dos Clash, já que focaliza-se na transição de 1976 para 1977, fazendo-se valer de imagens até agora inéditas dos Clash. Mostra uma banda a dar os primeiros passos, a sentir o pulso de uma nova cena que estava a emergir, o Punk, logo o espectador tem acesso a imagens em bruto do surgimento da maior banda Punk. O filme é polvilhado por várias imagens de arquivo da época, que espelha um pouco o "enviroment" social inglês da época (1976-77). O assunto central do filme é o primeiro concerto de 1977 no Roxy Club, centro nevrálgico do Punk Londrino, que teve pouco tempo de vida (1976-78) mas o suficiente para ter deixado a sua marca, foram 100 dias que cravaram o Punk no centro das atenções. O filme tem o cunho do nosso conhecido Julian Temple, foi ele o autor original das filmagens dos Clash (concerto e bastidores...) que dão sumo ao filme. Em jeito de conclusão este filme é mais um documento a juntar a muitos sobre os Clash e sobre o Punk inglês, essencial.

Urban Cowboys, mais uns....

...que tentaram a sua sorte no mundo discográfico, sem grande sucesso aparente. Poderia compará-los com os.... ou com os... poderia dizer que recordam-me os... para evitar qualquer tipo de discurso repetitivo e rebuscado deixo o registo sonoro do tema "Keys to your Heart", não confundir com o tema dos 101'ers.
O single é de 1983, tem o cunho editorial da SRT, empresa/editora de prestação de serviços que prensou muita boa gente, todos aqueles que ficavam à porta das editoras majors e das indie's mais eminentes.

The Message, uma mensagem de bom ano de 2015.

De regresso e logo no primeiro dia do ano de 2015, talvez um bom tónico para fazer renascer o blog. É altura de pegar num single que poucos conhecem. Lançando às feras em 1981, o single é obra dos The Message, ilustres desconhecidos, ingleses de gema da zona de Yorkshire. Os The Message foram uma das muitas bandas que utilizaram os préstimos da SRT (editora que merece menção no último numero do O Alfinete) para prensar o disco. O som praticado pelo grupo reflecte a tendência da época, um post-punk competente, com alguns bons rasgos no tema "Empty Promise", fazendo uso das inevitáveis comparações, meto os The Message na mesma sala de aula dos X-Defektors, dos Scars e dos Sabotage. À boa maneira DIY a capa é uma fotocópia num papel bem reforçado, há cópias onde alguns espaços em branco encontram-se pintalgados por caneta de feltro, já vi cópias em que impera o vermelho e noutras o azul. O disco tem o rótulo de raro, há quem peça uma fortuna por um exemplar, mas com alguma perseverança é possível que o encontre perdido no ebay e consiga-o por um preço bem razoável.


Formação dos The Message:


Norman: Guitarra; Dave: bateria; Mazz: baixo; James- voz.
https://www.youtube.com/watch?v=rEr0DPDC8Ro

Disponível o novo nº de O Alfinete - fanzine #7

Já se encontra disponível o novo nº d'O Alfinete #7, o cardápio é o seguinte:

Gun Club em Lisboa 1987, DeVo em Lisboa 1979, RCS, Ellie Jay,SRT editoras independentes, Christian Punk - UK & Us 1977-84, Fred Banana Combo - entrevista e biografia, Lew Lewis, The Living Daylights (Uk powerpop-mod revival) - entrevista, T.V.A. (projecto de ex. membro dos The Warm), The Frenchies (França-Glamrock) Reviews: Sonny Vincent, Facção Opposta, Psycho tramps, Bliztkrieg Bop...e muito mais. 3€ impressão profissional a cores + portes 0.70cent. contacto: rocknoliceu@gmail.com

O Alfinete à venda em Lisboa.

"

O Alfinete" tem mais um posto de venda, em Lisboa, pode-se encontrar na loja de discos / artigos 2ª mão, na Rua António Enes - 20A , metro: Saldanha / S. Sebastião, perto da avenida Duque d'Avila.

Brevemente.

Já nas Streets, Suplemento "Mont-de-Marsan" - "O Alfinete"

Ele já anda aí, o novo suplemento especialmente dedicado ao primeiro festival Punk Europeu, "Mont-de-Marsan",  festival que teve duas edições, 1976 e 1977. Este numero especial do Alfinete, tem 20 páginas que incluem uma separata, impressão offset. 1.50€+portes 0.60€,

contacto: rocknoliceu@gmail.com

Os Victim de volta ao vinil.

Eis uma boa noticia para os aficionados do Punk da Irlanda do Norte ou puros devotos do bom punk-rock, os Victim estão de "volta" com um ep de 3 temas "Empty Men". Tudo músicas inéditas que ficaram na gaveta durante mais de 30 anos e que só agora é que vem a luz do dia. Quem está familiarizado com o som dos Victim, este ep caí que nem ginjas nos ouvidos, para quem não conhece os Victim é um excelente cartão de visita para mais tarde poderem vasculhar pelo passado desta singular banda. Não preciso de estar a destrinçar tema por tema, porque as três músicas soam a Victim, Punk com uma melódia bem gizada, que capta a atenção logo à primeira. Um dos discos de 2014, sem ponta de dúvida, ah esqueci-me de referir que o sete polegadas tem uma tiragem limitada a 300 cópias, e pelo que sei têm-se vendido quem nem pão quente.

para escutar, https://www.reverbnation.com/victim5?utm_campaign=FacebookSharing_v3&utm_source=facebook&utm_medium=thumbnail&utm_content=artist_4358349

últimas cópias de O Alfinete Punkzine

Ainda se encontram disponíveis cópias da última edição d' O Alfinete, o preço são 3.80€ já com os portes incluídos para todo o país. contacto: rocknoliceu@gmail.com
 Também há cópias dos nº anteriores do fanzine, do nº1 ao nº5, também são as últimas cópias.

O rock nas paredes de Lisboa.

Recorrendo às fontes do costume (jornais e revistas da época) dedico este espaço às paredes de Lisboa. Paredes, muros, fachadas, testemunhos do tempo de uma história transmissível, numa época em que as paredes "falavam", permitindo ontem e hoje ler estados de alma, máximas "catedráticas", murais politizados, cartazes sobrepostos, frases inflamadas, ou puros desabafos juvenis. Alguns destes testemunhos ainda vão resistindo à erosão do esquecimento.

 Lembro-me no tempo de liceu, ver escrito "Punk's not Dead" e "Exploited" nas paredes do Filipa de Lencastre, entre muitas outras inscrições que proliferavam por Lisboa. Nas fotos aqui colocadas, é possível recordar cartazes de promoção aos concertos, "Festival Rock Cascais" e "Ian Dury Blockheads". Faltarão muitas mais imagens, é certo, por conseguinte este "muro" (leia-se blog) continuará a ter espaços em branco para futuras inscrições, fixação de cartazes, etc...

Punk erudito, Ramones.....

...na linha da frente, encimados pelo sinfónico Mike Oldfield. foto tirada a capa de uma das edições do jornal musicalissimo, semanas antes dos Ramones se estrearem em Portugal com 3 concertos.

Mother's Children - "Lemon" 2014

Com o verão à porta, não há nada melhor do que um disco refrescante, sem corantes,  nem conservantes, apresento-vos o novíssimo álbum dos Mother’s Children, “Lemon”. O disco apresenta-se num invólucro bastante apelativo, mas não pensem que é publicidade enganosa, pois no seu interior encontramos 12 temas bem aromatizados, obtidos a partir da melhor polpa de puro Powerpop Canadiano.

Um disco que se consume de bom grado, com a efervescência que se pede à uma banda de punk à qual se junta a melodia calórica, típica do powerpop, ingredientes que tornam “Lemon” numa limonada revigorante.

 Evitando o uso abuso das referências analógicas, "Lemon" não necessita ser agitado antes de se ouvir, os temas vão correndo a um ritmo acelerado sem nunca perderem o gás, atingindo o clímax com “See the other Guy” e “Nobody’s Business”, os dois melhores temas do álbum.

E para que não se pense que o álbum se resume aos dois temas finais, destaco também a semi- balada, “Identical”, um choradinho à la The Boys, mais o tema de abertura “Gang is Back”, uma empreitada de street-glam-rock, seguido pelo rock n roll sujo de “Not Fair”, acabando no romantismo inveterado de “Helen mustn’t know”, tão típico da turma do powerpop.

“Lemon” é um disco que saceia a sede dos mais exigentes, e não há contra indicações, é ouvir e reouvir até que venha mais um refresco.

"O Alfinete", página oficial.

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