Os concertos continuam escassos e de fraca qualidade, mas há excepções, então quem esteja pelo Algarve na 6ªfeira, dia 27 de Maio, tem os Legion of The Sadists(ex. The Sadists) a tocar no bafo de baco em Loulé. O concerto promete já que é a apresentação do novo album, por isso é de esperar energia e provocação a rodos.
Na próxima semana, temos os Parkinsons de volta aos palcos, com dois concertos, 3 de Junho no em Loulé e no sábado dia 4 de junho na Caixa Economica Operaria em Lisboa, com os Mata-Ratos a abrir as hostilidades.
Decerto que já todos estamos fartos de ouvir as bandas rejeitarem influências, catalogações com x e com y, etc... é algo que se percebe, os Eddie Hot Rods foram uma banda que nunca se assumiu como Punk, chegando mesmo a evitar até certo ponto a ligação ao Punk.
Se esse associação foi benefica para os EHR, só eles podem responder, na minha modesta opinião, foi o Punk que catapultou a banda para uma exposição que dificilmente teriam se tivessem ficado pela tribo do Pub-rock.
Aliás aconteceu algo de inédito com os EHR em 1977 foram nomeados pelo NME com uma das bandas mais promissoras na categoria Punk e na categoria Pub-rock. E falando em 1977, um dos anos mais importantes de toda a história da música, foi um ano bastante activo para os EHR, onde editaram o seu segundo album "Life on the Line" e uma mão cheia de singles.
Vou focar-me no album, "Life on the Line", começando por dizer, que é o "maior" album dos EHR, um disco encorpado, sem grandes desvios, onde a matriz continuava a ser o r&b rock n roll, músicas como "The Beginning Of The End" e "We sing..the cross", são um bom exemplo para entender as raizes dos EHR.
"Ignore them"
"Life on the Line" não se fica só pelo Pub-rock, é um disco que se move com grande destreza dentro do Punk em "Ignore them" e "Life on the Line", se calhar o melhor é dizer pub-rock "disfarçado" de Punk-rock.
"Don't believe your eyes"
Mas além do Punk, também há powerpop de primeira categoria, em "Don't Believe in your eyes" e "Quit Town", duas soberbas faixas, não esquecendo o hit "Do anything you wanna do", palavras para quê, uma daquelas músicas que todos deviam conhecer.
Os Eddie Hot Rods ficam ligados a história do Punk em Portugal, porque foram a primeira banda estrangeira a tocar em Portugal, já lá vão quase 33 anos, foi em 1978, altura em que saiu o album "Life on the Line" cá no burgo, como o devido atraso de 1 ano, o normal.
Para os cromos do vinil, o único aspecto de interesse da edição Portuguesa, é que não é em gatefold sleeve, como as restantes edições dos outros países.
Por fim de referir que 2011 é o ano em que os EHR comemoram os seus 35 anos de carreira, e para festejar, nada melhor que uma tour pela Europa, já têem várias datas marcas, ah claro Portugal não faz parte do roteiro dos EHR, para variar.
Ester Zoobes, foi mais uma artista desconhecida do meio da new wave, com um único single "Callous World", de 1981, tinha tudo para singrar, mas a concorrencia era feroz. O tema "Callous World" é um bastante orelhudo, a vocalização lembra-me um pouco a Lene Lovich. Houve uma pequena divulgação do single pelos média Portugueses, tendo sido feitas duas edições do single "Callous World" com duas capas diferentes. "Callous World"
10 Past 7, banda natural da Irlanda do Norte, executavam uma new wave recheada de powerpop, a música que mais embriaga o ouvido é a "Eileen", powerpop super 3, a letra é que é uma pouco infantil, mas acaba por ter graça. De referir que este foi um dos últimos bons singles editados pela lendária Good Vibrations.
Cartaz do única edição do Festival Rock Cascais, 16 de Agosto de 1980, um festival que não teve grande adesão por parte do público, resultando num "pequeno" fracasso comercial, talvez advenha dai a razão da não continuação do festival.
As bandas do cartaz, eram bandas com "alguma" exposição em portugal,duas das bandas já eram "reincidentes" em Portugal, 999 e os Original Mirrors.
Os Original Mirrors, chegaram a estar anunciados para a primeira parte dos Roxy Music, mas o concerto foi cancelado, aos 999 aconteceu o mesmo em 1978, mas com contornos ainda mais exasperantes, é que chegaram a estar no recinto do concerto, mas a banda principal, neste caso os Stranglers, cancelou o concerto.
Ao festival para além dessas duas bandas, foram adicionados os escoceses, Skids, que traziam na bagagem o excelente album "Absolute Game", os Tourists que tinham os 3 primeiros albuns editados em Portugal, e os desconhecidos Panchito Hi-Rockers, que tinha um single no mercado. Para que a festa não fosse toda em inglês, os UHF tiveram a honra de abrir o festival.
Um dado curioso acerca deste festival, existiu a hipotese da inclusão dos Stiff Little Fingers ao festival, em 1980 os SLF viram o seu album "Nobody's Hero" ser editado em Portugal. Gorou-se a hipotese de ver os SLF em Portugal, se os SLF tivessem tocado no Rock Cascais, teria sido sem duvida um dos maiores acontecimentos Punk em Portugal.
O Canadá é um daqueles países a ter em conta a nível musical, não falo da Avril Lavigne nem dos Rush, mas refiro-me a outro tipo de agrupamentos musicais, Modernettes, Pointed Sticks, Bureaucrats (Ingleses emprestados), Teenage Head.....
Com referências desta craveira, não é de admirar que nos dias de hoje, ainda possamos ser presenteados com musica de qualidade ("ó Merton, esquece lá esse floreado da proficuidade do Canadá e vai directo ao assunto.")
Já falei dos Tranzmitors anteriormente, e não será a última vez que falo desta banda, para mim a melhor banda powerpop da última década.
O disco "Busy Singles", é um apanhado dos singles editados pelos Tranzmitors, ao melhor estilo de um best of, mas sem esse peso, uma excelente amostra para todos aqueles que torcem o nariz a bandas novas e que dizem que em 1979 é que era (faço mea culpa).
À primeira audição, a sensação é de teletransporte para ano 1979, onde a melódia é rainha e senhora, com um teclado fluente, guitarras em completa sintónia com o ouvinte, (num genero telepático de discos-pedidos, "era mesmo isso que eu queria ouvir") e uma secção ritmica abrangente o suficiente para dar o toque de classe às composições.
As influências são evidentes, mas não colocam os Tranzmitors numa situação redutora, do genero copy-paste, isto porque os Tranzmitors souberam fazer o devido "refresh", sem nunca negarem o seu "background", para provar isso, estão as covers gravadas, dos White Heat "Nervous Breakdown" e a dos Moondogs "Who's gonna tell Mary".
Foram feitas duas edições, uma em vinil e outra em cd (na versão plástico há mais músicas, os chamados bonus tracks), deixo dois registos para audição.
Quatro jovens ingleses, faixas etarias a rondar os 17/18 anos, praticavam um powerpop/punk energico, a influência principal eram os The Clash, influência que é notoria no único registo editado pela banda.
O ep (extended play) de 1981, tem 3 faixas, duas dessas faixas, são do melhor que Inglaterra produziu no campo do powerpop/punk, falo de "Factory Girl" (música que alinhou na colectanea "Teenage Treats vol.6") e da música "Richman Poorman". A 3ª música "Changing Affections" é um bom registo de punk/powerpop, mas não atinge o brilhantismo das outras duas musicas,conclusão, é um pouco estranho é este EP passar ao lado nos blogs da especialidade.
..........nem sempre é fácil encontrar locais na net onde comprar discos, neste caso reedições e edições mais recentes, com preços em conta.
Existe uns quantos mailorders (punk/powerpop) com preços bastante competitivos, um desses mailorders, está sediado em Espanha, Discos Regresivos http://discosregresivos.blogspot.com/ ,
um catalogo composto na sua maioria por discos Punk/Powerpop, onde pode-se encontrar edições da japonesa 1977 Records por 8€ ou reedições da sing sing records por 5€, por exemplo o Lp dos Protex - Strange Obsessions está a venda por 11€ (mais barato que no site da propria editora).
