O Glam-rock em bom Português, jornal LP

Interessante artigo sobre o Glam-rock, escrito por João Peste (Pop dell'Arte) para o jornal LP.
 Este post serve de antevisão ao texto que está a ser preparado para o próximo numero do "O Alfinete", Discográfia Portuguesa do Glam-rock/Proto-Punk "Marginal" 1971-77, a não perder.

Giggles, Glam FC 3ª divisão

Voltando à carruagem do Glam-rock, hoje o destaque vai para uma banda desconhecida, praticantes de um glamrock/junkshop. Os Giggles arremesaram para o mercado 4 singles e um test-press(nunca oficialmente editado). Um percurso igual a muitas demais bandas do seu campeonato, sem grande brilhantismo por conseguinte sem grande sucesso (embora não seja regra, houve muita boa banda nunca granjeou o devido sucesso, exemplos são tantos que nem vale a pena dizer). Mas da fornada dos Giggles há a reter alguns temas interessantes, aqui vai as faixas que eu recomendo a todos fãs de glam, proto-punk e afins:
Para os coleccionadores de artefactos em vinil, há um single dos Giggles, "Maria(enchiladas song)" editado em Portugal em 1974, curiosamente o single de estreia dos Giggles. A restante discografia dos Giggles, 1975 "Glad To Be Alive", 1976 "Just Another Saturday Night" e por fim em 1977 "Reaching Out" editado em plena euforia Punk, os Giggles foram uma das muitas vitimas do PUNK.

Ricky Wilde, é de pequenino que se torce o Glam.

Ouvindo o sobrenome Wilde, vem logo à memória Kim Wilde, e não é que o Ricky é o irmão mais novo da Kim. Lançando no mundo musical aos 11 anos pela mão de Jonathan King(produtor e editor), Ricky Wilde era resposta Inglesa aos fenomenos popularidade teen americanos, The Osmonds, David Cassidy.... Ricky Wilde editou um total de 6 singles, dois dos quais foram prensados em Portugal, ""Do It Again, a Little Bit Slower" e "I Wanna Go to a Disco", este último também foi editado em Angola.  Passados 6 anos de interregno, em 1980 Ricky Wilde tenta regressar as lides musicais, indo para estúdio gravar musicas para um possível album, uma desses temas, "Tearaway" teve a participação da sua irmã mais velha, Kim Wilde, tema que nunca foi editado na altura e só em 2002 é que foi incluido num CD. E foi a partir dessa gravação, que Kim Wilde foi convidada pelo responsável da Rak Records para gravar um single, o tema seria "Kids in America", tema composto pelo irmão Ricky e pelo pai Marty Wilde. (temas retirados do blog Music on Vinyl)

Watts - Girl You Make it Easy , UK Glam-rock

Watts, uns perfeitos desconhecidos, banda inglesa, que editou um single em 1973, pela mão da Jam Records, posteriormente reeditado pela DJM. E foi pela mão da DJM que o single foi licenciado para Portugal, com uma capa pauperrima (por onde andavam os design-gráficos???), com direito ao belo do erro ortografico, erro corrigido à ultima com um autocolante. Falando do single, se o tema que dá titulo ao single, é uma tremenda sha la la leeeeeeeeeeeeee, por outras palavras uma chachada. O lado B, Betsy Ballou", é o filet mignon do sete polegadas, tema a roçar Streak, Jook, com toques stonianos, um bom tema Proto-Punk.

"Betsy Ballou" (tema retirado do blog: http://proudfootsound.blogspot.pt/ )

Wired Up, a biblia do Glam-rock, Proto-Punk.

Nos ultimos tempos tem efervescido um novo interesse em volta do Glam-rock. Esta nova febre Glam-Proto-Punk, deve-se em quota parte aos vários blog dedicados ao assunto, Pure-Pop (urgente a visita para aqueles que ainda não conhecem) , Proudfoot Sound , Crazee Kids Sound. Para além de uma boa divulgação cibernetica, tem nascido novas bandas que como grande influencia o Glam, exemplo os Italianos Giuda, a nova geração de Punk-Glam Americana

. E a cereja no topo do bolo acaba de sair este mês, um livro todo ele dedicado ao Glam-rock,Proto-Punk, Junkshop e outras sonoridades familiares. Com muitas imagens de capas de discos, de edições europeias, é de esperar ver algumas capas nacionais, dos Streak, Hector, Frenzy, etc... E mais um pormenor aliciante, é que as primeiras 500 cópias do livro vem acompanhas por um single dos Hector. http://wiredupbook.com/ Livro no FB: http://www.facebook.com/media/set/?set=a.381358505257658.84680.381337521926423&type=3#!/wiredupbook

TUSH , uma raridade Belga.

1978 ainda fervilhou algum Punk em Portugal, algumas editoras acordaram tardiamente para o fenomeno, e a IEFE, editora especializada em musica africana, lançou alguns discos de pop/rock internacional. Dessa fornada sairam os belgas TUSH, praticantes de um glam já fora de tempo, ao qual juntaram um hard-rock quase a roçar o Punk. Gravaram um Lp e uns singles, o single por cá editado, consistia em duas covers, uma "Baby come back" original dos The Equals e o lado B "Roosevelt and Ira Lee" um tema popularizado por Tony Joe White, mais virado para o blues. Para saber mais sobre os TUSH, http://www.belgianmetalhistory.be/html/bands/tushtush/dtush.html



Da mesma editora belga, a Best Seller, também foram editados em Portugal os Hush, banda glam belga, já aqui falada no blog. Pena que do catalogo da Best Seller não tenham sido lançados os Royal Flash, banda Belga de Glam-Punk, dois  elementos viriam a formar os Raxola, uma das principais bandas do punk-rock belga.
Royal Flash Raxola

Proto qualquer coisa...

Continuando a vasculhar sobre o "antes" do Punk, hoje publico algumas edições Portuguesas de bandas que tiveram alguma influência no Punk Powerpop.
A começar nos Streak, banda de New York, completamente desconhecida para muitos, mas que em 1972 já davam cartadas no rock'n roll, pode-se dizer que eram primos em primeiro-grau dos New York Dolls. Em portugal só foi editado o 2º single "Bang Bang Bullet", depois do termino dos Streak, nascem os The Arrows.

"Bang Bang Bullet" : http://www.youtube.com/watch?v=fZ1oPOd2tiw

Não saindo do meio Glam, temos os Hector, outra banda "marginal", os Hector executavam um glam-rock que merece nos dias de hoje algum culto. O single "Bye bye bad days" foi editado em Portugal e Angola, ambas as edições tem a mesma capa.

"Bye Bye Bad Days": http://www.youtube.com/watch?v=AfTKgAgFzgI

Em terceiro, há os Glitter Band, começaram por ser a banda de suporte ao Gary Glitter, para depois emanciparem-se para uma carreira em nome proprio. Foram editados uma mão cheia de singles em Portugal, um deles foi "Goodbye my Love", o maior sucesso dos GB, mais tarde os The Stiffs gravaram uma cover dessa música.

"Goodbye my Love": http://www.youtube.com/watch?v=3yAQSrlxVJs

Hush! , Glam Powerpop belga 1975

Quem foram estes tipos chamados Hush! ?

- Foram uma banda de Glam-rock proveniente da Bélgica, editaram uns singles, sempre numa toada Glam. O mais estranho, é que foi editado um single dos Hush! em Portugal, por uma tal editora Intercontinental Fonográfica (que raio de nome), que era especializada em música africana. Editou alguns singles da editora belga Best Seller.

O single em questão é mais um exemplo da falta de criatividade que reinou nos meados dos anos 70 (abençoado Punk), lado A, glam-rock desinteressante, no lado B os Hush! gravaram uma música que fugia aos contornos do glam e que situa-se mais no campo do Powerpop, uma música ao estilo dos Badfinger.


http://crazeekids-music.blogspot.com/search/label/Hush%20%28Belgium%29

http://bovverboogie.blogspot.com/

Bay City Rollers & Rosetta Stone , afinidades glam

O que é que os Bay City Rollers tem a ver com os Rosetta Stone ? um tal de Ian Mitchell , o som glam-pop , as teenagers , o ar lavadinho dos membros de ambas as bandas, o teor lamechas das letras, o Japão ....

Dos Bay City Rollers, banda escocesa que invadiu os tops por esse mundo fora, com o seu glam-pop inconsciente, fica a foto da capa da revista Pop Clube de Dezembro de 1976.

Dos Rosetta Stone fica a capa, toda criativa , do single português "Sunshine of your love", de realçar que os Rosetta Stone e os Bay City Rollers tem algum culto dentro do movimento Powerpop, tendo inclusive sido editado um CD dos Rosetta Stone pela editora Japonesa Wizzard in Vinyl.

E como o mundo dá muitas voltas, não é que os Bay City Rollers estão anunciados para o Punk & Disorderly deste ano, acredito que vai ser um ambiente um pouco engraçado nesse dia, já que muito do típico(a) fã dos Bay City Rollers não costuma ter muita afinidade com o Punk.