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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Concerto homenagem John Lennon, Universidade Nova Lisboa 30-01-1980

Concerto de homenagem a John Lennon, participaram as seguintes bandas, Opinião PúBlica, Pizzo Lizzo, UHF e uns tais 35 Lefts (alguém sabe alguma coisa sobre esta banda??). O texto publicado na TV Guia de 1980, nada diz sobre a prestação das bandas, excepto que os 35 Lefts foram os primeiros a tocar porque"um dos elementos da banda tinha que estar em casa antes das 23 horas".
O texto dá particular enfâse ao caos que se instalou durante o concerto, vidros partidos, alcatifas queimadas, blahblah.

sábado, 25 de abril de 2009

Entrevista , Pedro Lima (Opinião Pública)



Opinião Pública , da esquerda para a direita : Pedro Lima, Carlos Baltasar, Carlos Terramoto, Luis Fialho


É com todo o agrado que publico a quarta entrevista em exclusivo para o blog , o entrevistado é o Pedro Lima , antigo guitarrista dos Opinião Pública , desde já agradeço ao Pedro a sua disponiblidade em responder as questões e agradeço também as imagens que forneceu dos Opinião Pública.



Rock no Liceu 1- Podes contar um pouco sobre o começo dos Opinião Pública ? quais as principais influências na altura ?

Pedro Lima - Os OP sao o resultado de um hobby - a musica - que eu e o Carlos Baltasar, o baterista, desenvolvemos desde os nossos 12 anos. De facto, ja tinhamos uma banda (na altura dizia-se conjunto/grupo) ainda antes de sabermos tocar! A medida que a nossa aprendizagem musical se foi fazendo, fomos adicionando/retirando ao nosso projecto os amigos que connosco iam-se interessando/desinteressando por rock. A partir de certa altura (os meus 15/16 anos?), o Carlos Terramoto - voz e guitarras - passou a fazer consistentemente parte desse grupo. O Luis Fialho - baixo - foi o ultimo a entrar, numa altura em que as nossas ideias sobre o que queriamos fazer musicalmente ja andavam muito proximo do projecto OP.

As nossas influencias foram bastante ecleticas e evolutivas com a passagem do tempo. Com 12/13 anos ouvia bastante rock progressivo - genesis, yes, van der graaf generator, king crimson - mas tambem led zeppelin, deep purple, the who, hendrix, lou reed, neil young e claro beatles. Posteriormente, veio o punk e a new wave, com os sex pistols,stranglers, ramones, patti smith, clash, police. e ao mesmo tempo fui descobrindo os stones, com quem aprendi o que era um riff e que me levaram ate aos blues. E um LP que me marcou bastante no final da decada, o manifesto dos roxy music. Mas de uma forma geral ouvia de tudo um pouco, do pop a musica classica.


2- Os OP surgiram juntamente com uma série de outras bandas (o chamado “boom” do Rock Português) , sentiam-se enquadrados nesse movimento , quais as bandas da altura que achavas que tinham qualidade ?


PL - Quando os OP deram o seu primeiro concerto -- ver em baixo -- nao tinha qualquer consciencia da existencia de um boom do rock portugues, talvez porque tivessemos surgido ainda antes do boom. Mas rapidamente foi facil ver que haviam muitas outras bandas que tentavam marcar o seu proprio espaco, tal como nos. As bandas que mais me interessaram nesse periodo foram o Rui Veloso, os GNR (portugal na cee), os street kids, os xutos (ainda muito anti-establishment) e os UHF que eram excelentes nas suas prestacoes ao vivo. E mais tarde os Herois do Mar.


3- O single “Puto da Rua” obteve boa aceitação do público e das rádios , tens alguma ideia de quantas cópias foram vendidas ?


PL - Não faço ideia.





4- Os OP participaram no concurso “Só Rock” no qual foram 2º classificados , lembro-me de ler algumas críticas de vossa parte a esse concurso , podes contar um pouco sobre isso ?


PL - O boom do rock portugues no principio dos anos 80 e, na minha opiniao, um dos simbolos da normalizacao de um pais que tinha vivido decadas de autoritarismo seguidas de um breve periodo de convolucao social em que as preocupacoes politicas ocuparam o centro das atencoes. Com o fim desse processo (o chamado PREC), o pais foi-se aproximando dos outros paises do mundo ocidental, quer economicamente (embora lentamente) quer em termos sociais e culturais. E o rock foi ocupando um pouco o vazio deixado pelas clivagens ideologicas e e tambem o resultado da abertura ao mundo provocada pelo 25 de Abril. Havia tb o impacte dos retornados que traziam habitos sociais diferentes, menos fechados e mais cosmopolitas do que os dos nativos. Uma influencia semelhante -- sobretudo na provincia -- resultava das emigracoes recentes para Franca e ainda para a Alemanha.

O so rock e um dos testemunhos de tudo isto -- como o foram tb os programas de radio ao vivo do Julio Isidro. Eu nao faco ideia de quantas bandas por la passaram, mas foram muitas seguramente. Bom, nem tudo era musicalmente audivel, mas foi um fenomeno social muito interessante. Eu nao sei se alguem ja estudou isto com detalhe, haveria talvez aqui materia um estudo academico de sociologia!!

A passagem dos OP pelo so rock foi boa, mas no fim deixou-nos um sabor um pouco amargo. Depois de uma passagem facil por uma eliminatoria, acabamos em segundo na final. mas depois da nossa prestacao na final e dado o feedback que receberamos de alguns membros do juri antes do anuncio da decisao, estavamos convencidos que iamos ganhar.


Ganhar para nos era importante porque o primeiro premio era um sistema PA que nos nao possuiamos e que tinhamos de alugar sempre que davamos um espectaculo. O segundo lugar dava direito a gravacao de um single, mas por essa altura ja tinhamos chegado a acordo com a rotacao para a gravacao do puto da rua. para alem disso, frustrou-nos bastante o facto da banda que ganhou ter pouco a ver com o espirito so rock, ou seja, de bandas de putos que estavam a criar uma cena musical rock em portugal. Os tipos que ganharam eram ja profissionais ou semi-profissionais e de uma geracao anterior a nossa. ou entao foi so uma manifestacao de mau perder!




5- Qual a razão do pouco sucesso comercial do Lp “No Sul da Europa” (para mim o melhor disco editado em Portugal em 1982) ? Foi a falta de sucesso do Lp que fez com que os OP acabassem ?


PL - O sul da europa vendeu pouco por um comjunto de razoes. eu nao sei se tera sido o melhor disco de 1982 -- de qq forma obrigado pelas palavras simpaticas! -- mas na altura parecia-me um LP com uma serie de temas fortes, com algumas ideias engracadas para a epoca, sobretudo no contexto portugues (e engracado ver que o LP mereceu umas criticas mais positivas anos depois da sua saida do que propriamente na altura).

Acontece que em 1982 o mercado comecava a estar um pouco saturado do rock portugues e as editoras comecavam a ter uma ou duas apostas fortes: UHF, taxi, rui veloso, herois do mar, antonio variacoes. A rotacao era uma editora pequena e nao muito organizada, acho. a promocao do LP foi erratica e facto e que as radios nao pegaram no tema em que nos apostavamos mais -- o ritmo de vida, que nos achavamos ter todas as condicoes para se tornar muito mais conhecido que o puto da rua. no fundo, os OP foram um dos exemplos perfeitos do boom do rock portugues: apanhamos a boleia para atingirmos alguma notoriedade, mas desaparecemos rapidamente a medida que o boom se esfumou.


O fim dos OP nao e uma consequencia directa do insucesso comercial do LP, embora seja obvio que se tivessemos vendido milhares de copias tudo teria sido diferente! Mas nos continuavamos a ser bastante solicitados para concertos e nenhum dos 4 membros dos OP dependia economicamente da banda. para mim, contudo, chegou uma altura em que me senti a repetir aquilo que ja tinhamos feito: os mesmos concertos, as mesmas entrevistas, as mesmas musicas.

Escrevi na altura um tema sobre isto mesmo -- Cores de Fogo -- que foi uma especie de Cronica de uma Morte Anunciada para os OP! Ironicamente, tornar-se-ia num dos meus temas favoritos, se nao mesmo o favorito, de toda a historia dos OP. No fundo os OP tinham completado o seu percurso e nenhum de nos estava disposto a apostar em ser musico profissional. Eu, o Carlos e o Luis eramos estudantes universitarios na altura e foi isso que continuamos a fazer nos anos seguintes.





6- Achas que os Opinião Publica poderiam ter tido uma carreira sólida na música , tal qual uns UHF ou uns Xutos & Pontapés ?


PL - Resposta objectiva: nao, tanto assim que de facto fechamos a loja em 1982.


Pedro Lima.

7- Quais os momentos mais marcantes dos OP ?

PL - 1. O primeiro concerto dos OP, na Aula Magna do Universidade classica de Lisboa. A realizacao de um sonho de puto, ainda para mais com uma recepcao entusiastica, incluindo convites para mais concertos.


2. O segundo concerto dos OP, num concerto de homenagem ao John Lenon, assassinado uns dias antes. Acabados de sair com exito do nosso primeiro concerto fomos promovidos a segundos cabecas de cartaz numa grelha de 5 ou 6 bandas! Demos o pior concerto da nossa carreira: o exito corrompe! Os assobios foram, como diriram os anglo-saxoes, a humbling experience.


3. A gravacao do single e sobretudo do LP. Descobrir o processo de criacao/transformacao sonica, de por tudo junto, foi um prazer enorme. Sobretudo porque passamos muito tempo no estudio sozinhos – nos e o o engenheiro de som – e podemos experimentar os botoes da mesa de som mais ou menos a vontade ...


4. alguns concertos especiais, quer pelo prazer de tocar quer pelas aventuras que os acompanharam. Fantastica maneira de se passar o tempo quando se tem 20 anos - e nao so, suponho.






8- Existem gravações “perdidas” (demos de ensaios , inéditos) dos OP ?


PL - talvez, mas eu nao tenho nada. De qq das formas o que existisse seria de qualidade -- sonora, pelo menos -- mais do que duvidosa.




9- Uma curiosidade , aonde foi tirada a fotografia da capa frontal do single “Puto da Rua” ?


PL - Em Lisboa, na avenida Jose Malhoa (entre Sete Rios e a Praca de Espanha) . O fotografo estava na porta da garagem de um predio quase ao lado do edificio da EDP e criou um contraluz engracado.


10- O que achas do reconhecimento dos OP por uma nova geração ? Qual a tua opinião acerca da cover do “Puto da Rua” que os Albert Fish gravaram ?



PL - Eu nao sei se ha algum reconhecimento, pensava que os meus filhos e sobrinhos eram os unicos da nova geracao que ja tinham ouvido falar nos OP. Qd um sobrinho me mostrou o site e a cover do puto da rua dos Albert Fish fartei-me de rir, nunca pensei que alguem pegasse num tema dos OP. Gosto da versao deles, sobretudo do som mais punk que eles lhe imprimiram.







11- Os OP são conhecidos lá fora graças a uma colectânea internacional “PowerPearls” , parece-te estranho que os OP passados mais de 20 anos tenham algum reconhecimento no estrangeiro ?


PL - Qualquer reconhecimento dos OP em 2009, em Portugal, no resto do mundo ou mesmo em Marte, surpreende-me.






12- Hoje em dia referem o som dos OP como de PowerPop , achas correcto essa catalogação , como é que definirias o som dos OP ?


PL - Eu nao sei bem o que e o PowerPop, mas nao me parece um mau rotulo. A minha ideia inicial do que os OP deveriam fazer era mais ou menos essa: simples temas de rock, possivelmente cantados em portugues (embora as nossas primeiras musicas fossem cantadas em ingles).


13- Depois dos Opinião Pública , continuaste ligado à música , tiveste outras bandas ?

PL - Com o fim dos OP acabou a minha ligacao ao mundo das bandas. O hobby contudo nao morreu -- continuo a tocar guitarra nas horas vagas – nao sao muitas! – e enquanto estudante nos EUA fiz parte de uma marching band (de musica andina, em que tocava bombo!), e juntava-me ocasionalmente com um grupo de colegas e amigos para tocar covers de cancoes de jazz, rock’n’roll and so on. Com eles fiz a minha ultima actuacao "ao vivo" em 1992, numa open-mic session na universidade local. Acompanho com alguma curiosidade o desenvolvimento da musica digital (music and computers) e de ha uns anos a esta parte dedico-me a aprender a tocar piano.


14- Hoje em dia ainda manténs o contacto com os outros ex. membros dos Opinião Pública ?


PL - Um contacto marcado pela distancia, ja que eu nao vivo em Portugal ha mais de 20 anos. estive com o Carlos Baltasar este Natal, com o Luis Fialho ha uns dois anos. O Terramoto ja nao vejo ha uns bons anitos. Como podes ver, nao estamos propriamente a preparar a comeback tour...



Banda Desenha "Puto da Rua" , Jornal "O Sete" 1982


15- Qual é a tua música favorita dos OP ?

PL - um tema pos-album, o "cores de fogo" , mas tb o "suburbio", o "ritmo de vida", o "puto", nao sei, gosto de todos os meus filhos!



16- Por fim , queres deixar algum comentário ?


PL - Como imaginaras alguns detalhes foram sendo apagados pela passagem do tempo... Confesso no entanto que me deu bastante prazer falar disto tudo tanto tempo depois dos OP terem feito o seu percurso.





quinta-feira, 25 de setembro de 2008

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Opinião Pública - No sul da Europa 1982 , PowerPop #1



Em pleno boom do rock Português , os Opinião Publica , já davam cartadas , com o single "Puto da Rua" de 1981 , que obteve boa aceitação , o que era um bom agoiro para a edição de um album.

As gravações do album decorreram sob a batuta de Jorge Manuel Ribeiro (dos UHF , já com certo estatuto no rock Português) em pleno ano de 1982.

Uma primeira ideia que salta ao ouvido são as letras dos OP , bastante coerentes e bem escritas para a época , retratavam com todos os pormenores a sociedade da época , basta ouvir a música que dá título ao album para constatar isso. Para além de boas letras os Opinião Pública eram sem dúvida bons músicos. Músicas como "Duplo controle" , "Ritmo de Vida" , "Na terra" (com o sintetizador a servir de bom auxiliar à melódia) são disso exemplos.

O disco contava com 9 músicas , incluido a música "Puto da Rua" , que foi regravado , sendo a versão um pouco diferente da do single.



O lp não granjeou o sucesso almejado , sendo uma das razões para o fim da banda , tal como em 1982 , o disco "no sul da Europa" continua a ser um disco "desconhecido" pela maioria dos intelectuais da música portuguesa.

O contrário se passa lá fora , sendo nos dias de hoje um album procurado pelos coleccionadores estrangeiros. Tudo por causa do aparecimento dos OP na colectanea de referência do PowerPop Internacional , "Powerpearls" com o tema "Puto da rua".

Um disco a descobrir no seguinte link : download


Para quem julgava que os Opinião Publica não deixaram a sua marca , a banda tuga Albert Fish fez um cover da música "Puto da Rua" , imprimindo um som rápido e actual ao tema , punk rápido sem cerimónias , sem dúvida que esta nova "vida" da música "Puto da Rua" vai chamar atenção aqueles que nunca ouviram falar dos Opinião Pública. A confirmar no myspace dos Albert Fish :









quarta-feira, 30 de maio de 2007

PowerPop em Portugal , 1º capítulo

Afinal , sempre houve Powerpop em Portugal!!!! e não foi necessário a adesão à CEE , este é o 1º capítulo da história do Powerpop em Portugal , abordando 3 dos grupos da cena Powerpop tuga.Se os GNR são mais que conhecidos , já os Opinião Pública poucos sabem da sua existência , enquanto os Semáforo esses sim foram retirados das catacumbas do Rock Português para uma pequena exposição da sua existência aqui no blog. Nos próximos capítulos haverá mais histórias de bandas que se conjugam ao mundo do PowerPop.






. GNR ( Grupo Novo Rock)

Banda formada por Alexandre Soares (guitarra) , Toli César Machado (bateria) e Vítor Rua(guitarra) e Miguel Megre (baixo) em 1980 na cidade do Porto. Edita o seu primeiro single “Portugal na CEE” em 1981 , torna-se um êxito , com vendas superiores a 15.000 unidades , segue-se um segundo single com idêntico sucesso “Sê um GNR”.

Discografia : - "Portugal na CEE" /"Espelho Meu" 7" 1981 EMIVC ; "Sê um GNR" / "Instrumental nº1" 7" 1981 EMI VC



. Opinião Pública

Banda proveniente de Lisboa formada no verão de 1980 , dão o seu primeiro concerto na reitoria da Aula Magna(nesse concerto a banda de cartaz eram os UHF). Os Opinião Pública alcançam o 2º lugar do concurso SóRock de Coimbra(ficando a banda de hard rock , Alarme em 1º lugar). Editam o single “Puto da Rua” em 1981 alcançando algum reconhecimento do público. Em 1982 editam o LP “No Sul da Europa” de produzido por António Manuel Ribeiro (dos UHF).

Discografia : - "Puto da Rua" / "Ela é Tua" 7" 1981 , Rotação ; - "No sul da Europa" LP 1982 , Rotação



.Semáforo

Banda oriunda da cidade da Amadora , formada em 1979 , começou por se chamar FM alterando o nome para Semáforo por altura da participação no programa “Febre de sábado de manhã” , participa em alguns concursos de musica .Edita o seu único single em 1982 , “Hoje há Rock no Liceu” , single produzido pelo Júlio Isidro.

Discografia: - "Hoje há Rock no Liceu"/"Quotidiano" 7" 1982 , Materfonis