terça-feira, 24 de agosto de 2010

Rebellion 2010 , Reportagem - Parte 2


Continuando o relato sobre as incidências no Rebellion, o sábado foi um dia em cheio, tal era o numero de bandas de referencia que iriam tocar nesse dia. Logo a tardinha havia os Red Alert banda Oi! de Sunderland, foi um concerto que nao aqueceu nem arrefeceu, a banda só tinha como membro original o vocalista Steve 'Cast Iron' Smith, o resto era tudo malta nova, primeira malha foi o "Take no Prisoner", mas o publico não esteve muito animado, passado algumas musicas aparece o tema clássico "In Britain", para no final tocarem "SPG".


Acabado o concerto foi altura para acelerar o passo para ir ao encontro de Nick Cash (999) que estava a ter uma actuação a solo no pub do Rebellion, quando chego já Nick Cash estava a fechar a loja. Foi tempo para pedir um autografo e dar duas de conversa com Nick Cash, ele lembrava-se perfeitamente das 3 idas a Portugal, não se esqueceu de Cascais eheheh e referiu que a razão por detrás do cancelamento do primeiro concerto em Cascais com os Stranglers esteve na falta de capacidade eléctrica do pavilhão.


Acabada a conversa, era tempo de voltar a sala "Arena" para ver uma das bandas mais carismáticas de Belfast, os The Defects, o publico já agitou-se ao som punk dos Defects, para isso contribuíram muito as malhas do album "Defective Breakdown" de 1982, iniciaram o concerto com "Dance", seguiram-se as malhas "Brutality","Killer on Streets", "Survival".
Ante
s de finalizarem a sua actuação, os Defects tocaram a "Jeanie Jones" dos Clash, escusado dizer que foi o delírio para grande parte do pessoal que estava a assistir, depois foi tempo de "massacrar" como a soberba musica "Defective Breakdown".


Finalizado o bom concerto dos The Defects, a festa continuou com os 999, com uma excelente moldura humana a assistir, os 999 agarraram o publico desde a primeira musica ate a ultima. A banda conta com 3 membros da formação original, Nick Cash (voz,guitarra), Guy Davis (guitarra) e Pablo Labritain(bateria) , no baixo estava Arturo (Lurkers). Os 999 arrancaram com "Inside Out", partir dai foi um desenrolar de musicas que fazem parte da historia do Punk, "Emergency", "Nasty Nasty", "Homicide", para o fim ficou o primeiro single dos 999 "I'm alive".



Gostava de realçar que nos corredores do espaço onde realiza-se o festival, o "Winter Gardens", decorria uma feira de discos/cd's/roupa, também havia bancas das bandas que participaram no festival, e foi numa dessas bancas que encontrei o TV Smith (ex. Adverts), ao principio nem o reconheci, só quando vi um punk com o seu filho a pedir ao TV Smith para tirar uma foto, é que apercebi-me que estava perante com o vocalista dos míticos The Adverts. Claro que pus logo conversa, o Tv Smith ainda assinou-me o disco "Cast of Thousands".



Depois fiz uma pausa para ir a guest-house (esta guest-house dava um bom post humorístico) onde estava instalado. Voltando ao Rebellion dou de caras com uma banda que nunca cativou-me, mas que teve um começo de concerto como uma intensidade de fazer inveja a muitas bandas que tocaram no Rebellion, falo dos The Penetration, a malha de abertura foi "Stone Heroes", logo a seguir "Life's a Gamble", de uma assentada as duas melhores malhas dos Penetration. Foram-se sucedendo as musicas, destaco a cover dos Buzzcocks "Nostalgia" e um dos hits dos Penetration "Don't Dictate".

Após o final do bom concerto dos Penetration, fui dar uma vista de olhos nos Vice Squad, embora nao depositasse muita esperança em ver um bom concerto por parte dos Vice Squad, cedo entendi que fiz mal em apostar no concerto dos Vice Squad.O que dizer de uma banda que consegue assassinar as suas melhores musicas? pouca coisa, vi 5 musicas e dei a sola, bastou-me ouvir a musica "Latex Love" completamente "desfigurada" em relaçao ao original, para perceber que o concerto dos Vice Squad era perda de tempo.



O que tem de bom um festival com esta dimensão é que a seguir a um mau concerto vem um bom concerto, e foi o que acabou por acontecer, os responsáveis pelo bom concerto foram os The Stiffs, praticantes de um punk-rock classico com uns toques de powerpop. Nao estava muito pessoal a assistir, talvez por esse motivo houve uma boa empatia entre a banda e o publico. Os Stiffs tocaram os seus hinos "Innocent Bystander", "Volume Control","Inside Out", embora o momento alto foi com "Goodbye my Love"(orignal dos GlitterBand), com o publico a entoar em voz alta o refrão.

A seguir veio o prato principal da noite, Slaughter and the Dogs, um dos melhores concertos que eu assisti em todo o festival, um concerto com uma energia estonteante, que contagiou toda a sala. Os Slaughter lançaram-se às feras com o magistral "Boston Babies", o alinhamento do concerto baseiou-se em quase tudo de bom que os Slaughter gravaram, "Where have all the boot boys gone","Cranked up really high", "Situations", "I'm mad" e "Johnny T.". A linha da frente do concerto estava em plena agitação com o constante arremesso de "bombas" por parte dos Slaughter, ate houve uma cena de pugilato (a única cena de violência que eu presenciei em todo o festival).


A ultima banda da noite eram os New York Dolls, com sala cheia para assistir aos dinossauros do rock n'roll, o começo prometia, "Looking for a Kiss", mas com o desenrolar do concerto, com muitas pausas, conversas de chacha e muito atitude de estrelas, a sala esvaziou-se num apíce, para metade. Parecia que os Ny Dolls nao conseguiam dar a volta ao jogo, nem a malha "Trash" conseguiu empolgar o publico, ainda tentaram segurar o concerto com um dos seus trunfos "Personality Crisis" mas já era tarde. Um concerto pouco feliz.

....continua


4 comentários:

Sheena disse...

Obrigada e parabéns por esta segunda parte da reportagem,que nos dá uma visão muito pessoal, simultaneamente panorâmica e crítica deste terceiro dia do festival...ficarei a aguardar pelo epílogo!

Cheers.

biolisboa disse...

O quê, estiveste com os Adverts e os Penetration? E não lhes falste de mim, Rui de Castro, da Warm Records? Eles lembram-se de certeza. Não que seja uma bela recordação, mas dá para rir! Até saiu no N.M.E.
A Gaye Advert agora é "curadora" dum Museu de artistas Punk, que at+e inclui trabalhos do Adam Ant! Em Londres!
Ciao
Ruide CastroOpirata vide youtube/use

Merton disse...

Olá Sheena, obrigado pelo interesse demonstrado na reportagem, em breve publicarei o epílogo.

Rui, não falei de si ao TV Smith porque a conversa foi curta e não me lembrei, e eram muitas as perguntas.A Pauline dos Penetration era um pouco mal encarada. Falei com o pessoal dos London, Steve Voice e o baterista, pessoal simpático.

biolisboa disse...

A Pauline dos Penetration era assim era! Daí aquilo dar "merda". LOL. E o guitarista era pior Como é que o gájo se chamava?!
O Steve, hey, foi ele que levou na cara do Chanceler do Consulado, ha, ha, parece que limpou a cara à bandeira Portuguesa, úi! Mas era um gájo porreiro. O baterista com quem falste já não era o John Moss claro! O John era o original drummer que ia tocar connosco à bateria nos The Warm, na famosa "festarola" à Portuguesa no Bonham Carter Hall com os Adverts e a cena Penetration que nem tocaram sequer depois do "fracas" de comerem as pernas de galinha dos Portugueses pic nicadores do emigração Portuga em Londres. Belos tempos, mas ainda bem que não se repetiram!
Ciao
Abraços
youtube.com/user/RuideCastroOpirata
Rui