Nunca é demais falar de bandas da Irlanda do Norte, desta vez cabe aos Starjets a devida menção aqui no blog. Tudo apontava que os Starjets teriam uma vida longa no mundo da música, mas isso cabou por não acontecer, várias foram as razões, desde a despendiosa produção do único disco "God bless the Starjets" até ao facto de terem mudado de poiso (ou seja abandonaram a sua terra-natal, Belfast) para Londres.
Mas o que conta é o legado deixado pelos Starjets, uma mão cheia de boas músicas, dessa mão cheia de boas músicas realço o tema portentoso "War Stories", o único adjectivo que me vem a cabeça é que é um CLÁSSICO DOS CLÁSSICOS.
E como rock não se faz só de discos, é tempo de dar destaque aos livros, a indústria livreira portuguesa nunca deu muita importância à temática da música, em especial ao tema Rock, mas em 1983 pela mão do Circulo de Leitores é editado o livro "Rock Stars".
Um livro com textos de Ana Rocha (Jornalista da revista Musica&Som) e fotografias de Fernando Peres Rodrigues, o livro engloba um dos períodos musicais mais interessantes que Portugal pôde presenciar, refiro-me ao período que vai de 1978 até 1982.
Durante esses 5 anos, Cascais e Lisboa foram pontos de passagem das tournees de algumas das conceituadas bandas de rock da altura, foram talvez 70 concertos de bandas estrangeiras durante esse período.
O livro constitui um excelente acervo de fotografias dos concertos dados em Portugal, num total de 150 fotos, que vão desde bandas de rock progressivo, Camel até às bandas Punk, Ramones.
As bandas Punk & New Wave que aparecem no livro são as seguintes: 999, Ramones, Clash, Stranglers, The Skids, Boomtown Rats, Lookalikes, Dirty Looks, Tenpole Tudor, Elvis Costello, Eddie Hot Rods, Iggy Pop.
Em plena crise mundial há quem gaste 565 euros num single de vinil, os responsáveis por tamanha loucura foram os Strike, banda punk/powerpop de Belfast, que editaram um único single em 1980 "Radio Songs". O leilão do single foi bastante concorrido mais de 24 licitações, algo me diz que o single vai para a terra do sol nascente, eheheh aí é que moram os maiores coleccionadores de punk/powerpop.
Mas para quem queira ter o privilegio de poder ouvir o single no seu formato original (ou seja comprar uma cópia) a sing sing records anunciou há uns meses que vai reeditar no mês de Novembro o single dos Strike.
Deixando agora de lado questões monetárias, é tempo de falar desta pérola vinda da Irlanda do Norte, se o lado A "Radio Songs" não desaponta qualquer apreciador de Powerpop, o lado B "Teenage Rebel" é uma das melhores músicas alguma vez gravada na Irlanda do Norte, punk/powerpop que roça a perfeição completa, com um ritmo devastador, esta música ocupa os lugares cimeiros dentro do Punk e Powerpop.
The Cars banda de Boston, que grajeou um grande sucesso, com músicas como "Tonight she comes", "Just what I neede", "Shake it Up" e "My best friend's girl", só para dar uns exemplos. E pegando no single "My Best friend's Girl" de 1978, publico a capa única editada em Portugal.
Os Jump Squad banda punk Inglesa que ficou conhecida pelas suas actuações ao vivo, editaram um single em 1981, "Lord of the dance", punk já inclinado para o post, nitidas influências de Adam and the Ants na segunda música, nota-se especialmente na percussão.
Antes de serem Jump Squad a mesma formação esteve envolvida noutro projecto punk os "Embryo", que editaram um single "I'm different", single de punk rock de fácil digestão.
Das cinzas dos Jump Squad, nascem os Untouchables, banda mod revival da 2ª fase, editam um single bastante interessante em 1984, "Protect your love", mod na linha duns The Gents, The Threads, duas boas músicas, exemplo de que em 1984 era possível tocar Mod com bom nível.
Acabada a aventura Mod, foi altura de returnar às raizes punk, com novo nome, Guitar Gangsters, banda hoje em dia conhecida pelo seu punk-pop orelhudo.
Depois dos Sham 69 terem visitado a China em 2009, agora é a vez dos Buzzcocks irem tocar à terra do Mao tse-tung. A BBC chegou a gravar um documentário "This band is so gorgeous" sobre a ida dos Sham 69 à China, há um trecho desse documentário com cerca de 5 minutos no youtube.
Apetece-me dizer, há punk-rock em todas as partes do mundo menos em Portugal, é mesmo uma miséria o panorama nacional em relação a concertos de bandas Punk, este ano não me lembro de nenhum nome sonante do punk-rock que tenha pisado solo português, lembro-me sim do único concerto de punk-rock digno desse nome que ocorreu em Coimbra em Maio deste ano, com os Johnny Throttle.
Esta semana vieram uns tais de Prima Donna, banda a jogar glam-punk, duas datas dois preços, Coimbra 6€ e Lisboa 20€ a uma terça-feira, dá que pensar. Portugal no seu melhor.
Single único de 1980 da banda inglesa, Richard and the Taxmen, editado pela Future Earth, a mesma editora dos Backseat Romeos e dos BTP Folders.
O single é composto por duas malhas de powerpop super-vitaminado, destaco "Now we're Through" uma música para figurar em qualquer powerpop airplay list.
Um pequena nota para pessoal do vinil, existe uma reedição deste single que se consegue comprar por um preço razoavel, o original já é mais dificil e caro, o single ficou-me pela quantia de 20£.
Existe tembém uma colectanea "Logical Steps" que tem duas músicas dos Richard and the Taxmen, disco que também foi alvo de reedição por parte da editora nipónica 1977 records.
Em jeito de curiosidade um dos elementos dos Richard and Taxmen(baterista) participou na gravação do disco Jeff Carline, disco que foi editado em Portugal pela RCS.
Gangsters banda originária de Harlow, Inglaterra, o seu som era um combinado de Powerpop com Punk. 1979 foi ano de afirmação para os Gangsters, editando dois singles e um Lp, pela editora independente Storbeat. O Lp é um compêndio de como se faz um bom disco de Powerpop, esmiuçando em poucas palavras o 33 rotações: 11 composições de aparatosas guitarradas, de melódias com intensidade, de teclados diligentes.
"Weekend"
O album começa logo com uma música para poguiar sem restrições, "Weekend" parece à primeira Ramones mas as guitarras logo fazem dissipar essa ideia, segue-se "Harlow Town" powerpop pujante, "Pay Cheque" uma música de guitarras rendilhadas, para acabar a primeira face do disco com uma cover todo hammondiana "Shake and Pop", original de Nick Lowe.
"Record Company"
Na outra face do disco, a primeira malha "Record Company", lembra-me os The Boys, Punk r/b com piano, passando logo a seguir a "I don't know" boa malha de powerpop, eis que chega "Sadie May" puro punk-rock sem aditivos, o disco acaba com "Best Friend", que posso dizer? CLÁSSSICOOOOOOOOOOOOOOO.
Uma informação extra, o teclista que participou na gravação do disco, foi "emprestado" pela banda The Sods, banda Punk, autores de dois singles, um deles essencial "No Pictures", editado também pela Storbeat. Por fim, quem queira arranjar o Lp dos Gangsters, tem duas hipoteses, ou opta pela edição bootleg ou pelo original, a segunda opção é mais despendiosa como seria de esperar.
Notícia relacionada com os The Outcasts, editada em 1981 no jornal Musicalissimo, uma rara, senão única, referência a uma das bandas mais importantes do Ulster Punk.
Continuando as "revelações", coloco no blog a única entrevista (de que tenho conhecimento) de 1982, concedida pelos grandes Tilt ao jornal Musicalissimo, banda rock do Porto, com dois singles de colheita Punk. A entrevista em si não revela nada de especial sobre a banda, mas vale pelo seu testemunho histórico. Continuo à procura de mais informações sobre os Tilt, se alguém porventura tiver mais informações sobre os Tilt, agradecia.